sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Fissurados em cirurgias plásticas podem ser portadores do Transtorno Dismórfico Corporal


Cirurgião plástico, especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), alerta para a divisa entre o bom senso e o exagero nos procedimentos

De algumas semanas para cá, muita gente tem alegado não ver mais a personagem Bridget Jones no rosto da atriz Renée Zellweger. Aos 45 anos, a norte-americana se submeteu a procedimentos cirúrgico-estéticos na face que “apagaram” muitos dos traços naturais de sua fisionomia. Tanto rebuliço nas redes sociais por conta da aparência da atriz – que está, para muitos, irreconhecível – torna a suscitar grandes discussões relacionadas às cirurgias plásticas: até que ponto devemos mudar a aparência em prol do bem-estar pessoal?

Algumas pessoas conseguem de fato reconhecer os pontos que não lhe agradam no corpo ou rosto, e agir sobre as mudanças com bom senso. Já os indivíduos que tendem a ter uma imagem fantasiosa da própria aparência a ponto de querer mudá-la drasticamente podem ser portadores do Transtorno Dismórfico Corporal. A condição é considerada um problema de saúde mental relacionado à imagem corporal, em que o indivíduo tem um ou mais defeitos percebidos em sua aparência, segundo o cirurgião plástico Israel Oliveira, especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). “O TDC é diagnosticado apenas se a preocupação causa sofrimento significativo e perturba o funcionamento diário ou ambos”, alega.

Ainda segundo o médico, modismos, exageros ou aberrações cirúrgicas com intuito de chamar a atenção da mídia ou causados pelo TDC podem levar à situações que ultrapassam o limite do aceitável na cirurgia plástica. “O modismo de ter lábios volumosos como o da atriz Angelina Jolie, por exemplo, levou diversas pessoas a procurarem cirurgiões plásticos e dermatologistas para fazer o preenchimento labial e alguns exageraram na dose. A falta de bom senso e de orientação de profissionais qualificados possibilita esses deslizes estéticos”, pondera o especialista.

As cirurgias de face como rinoplastias, lifting facial e cirurgias ortognáticas (redução ou aumento da mandíbula e maxila) podem trazer grandes modificações na aparência, coloca o médico. “Porém, a necessidade e benefícios ao paciente devem ser avaliados, esclarecidos e dosados pelo cirurgião plástico em conjunto com o paciente”, destaca. O cirurgião afirma que as mudanças percebidas na face da atriz Renée Zellweger são decorrentes do envelhecimento cronológico e da perda de peso, e que não existe nada de errado com os procedimentos realizados no rosto da celebridade. “Vale ressaltar que ela tinha um rosto muito característico e os procedimentos (prováveis lifting facial, blefaroplastia, tratamentos cutâneos com toxina botulínica e ácido hialurônico) podem modificar as feições do paciente. De forma alguma isso pode ser considerado erro médico”, revela.

Israel ressalta ainda que devemos considerar o envelhecimento como algo normal e que faz parte da vida. “O desenvolvimento de preenchedores cutâneos e a toxina botulínica, quando usados com bom senso, têm mantido a face de quem já passou dos 40 ou 50 anos com bom aspecto e livre de procedimentos cirúrgicos”, coloca.

Tratamento

De acordo com a psicóloga Karina Bessa, a partir de apenas um olhar é antiético afirmar que alguém sofre ou não de determinado transtorno. Não são todos que se submetem a procedimentos estético-cirúrgicos que possuem o TDC. “Mas há dados na literatura sugerindo que o TDC é comum em pacientes com transtorno depressivo, fobia social, TOC, e naqueles que procuram tratamento dermatológico e cirurgia plástica frequente”, aponta ela. Por ser uma doença séria, a idealização e tentativa de suicídio são altas, tanto em adultos quanto em crianças, segundo ela. “Muitos pacientes evoluem com significativas perdas ocupacionais e sociais e muitos permanecem isolados dentro de casa durante anos”, pondera Bessa.

A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é a técnica psicoterápica mais indicada para o tratamento do TDC. O objetivo do tratamento é fazer com que o paciente possa “vir para a realidade”, perceber as distorções e ter melhor qualidade de vida e bem estar.

“Muitas vezes há a necessidade de encaminhamento ainda ao psiquiatra e, neste caso, o tratamento segue de forma conjunta, onde o psicólogo (terapeuta) trabalha a psicoterapia e o médico psiquiatra trabalha o tratamento medicamentoso. Como o TDC comumente possui comorbidade com os Transtornos Alimentares, também existe a necessidade um acompanhamento por profissionais da nutrição. Assim, é possível perceber que o tratamento é multidisciplinar, ou seja, envolve profissionais de várias áreas”, assegura Bessa.

Fonte: A Crítica

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